Mostrando postagens com marcador CRÔNICA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CRÔNICA. Mostrar todas as postagens

domingo, 1 de outubro de 2023

OSWALDO MOLLES - PIQUENIQUE CLASSE "C"

Pic nic classe “c”

Oswaldo molles

FICHA TÉCNICA:

TÍTULO: PIC NIC CLASSE “C” CRÔNICAS E FLAGRANTES DE SÃO PAULO

TÍTULO ORIGINAL: PIC NIC CLASSE “C”

VOLUME: ÚNICO

AUTOR: OSVALDO MOLLES

TRADUÇÃO: PORTUGUÊS

LITERATURA: LITERATURA BRASILEIRA

GÊNERO: CRÔNICA

EDITORA: BOA LEITURA EDITORA S.A.

EDIÇÃO: 1ª

ANO: 1962

IDIOMA: Português

ESPECIFICAÇÕES: Brochura|346 páginas

ISBN: S/CÓDIGO

INÍCIO DA LEITURA: 1962

TÉRMINO: 1962

 

SINOPSE:

          Por meio das crônicas produzidas por Osvaldo Moles 3, ressaltamos o caráter híbrido deste gênero textual, que figura entre o jornalismo e a literatura. O Corpus analisado consiste no livro Piquenique  Classe  C (1962), que reúne crônicas do autor publicadas em jornais da época, e que, para além dos imigrantes italianos, estão inseridos novos personagens típicos de uma São Paulo que não para de crescer. Assim, encontramos forte presença do migrante nordestino, do negro e outros imigrantes como os japoneses, espanhóis etc. Categorizando a crônica homônima ao livro, foi possível a criação de três metacategorias:

        Personagens; Modernização  e  Progresso;  e Humor,  Figuras  de  Linguagem  e  Sotaque,  que demonstram como o autor privilegia as pessoas comuns. Os tipos são o retrato social de uma época em que São Paulo não parava de crescer e representam a sociedade paulistana em formação naquele momento.

           Palavras-chave:

          Crônica; Jornalismo; Osvaldo Moles; São Paulo; Cultura Popular.

Introdução

                 O regime republicano em detrimento do regime monárquico produz transformações políticas, econômicas, identitárias e culturais na sociedade brasileira do final do século XIX e início do século XX. A autonomia dos Estados (na época chamados de Províncias) é fortalecida pelo governo republicano e a industrialização se desenvolve em ritmo acelerado.

              Algumas  cidades,  como  São  Paulo,  passam  por  um  plano  de  urbanização  progressista. Surge a classe operária e, com ela, uma classe média advinda da pequena burguesia. Soma-se “a  imigração  estrangeira  e  a  incorporação  à  nossa  sociedade de  contingentes populacionais dotados de comportamento tipicamente urbano e de padrões culturais mais 1 Trabalho apresentado no DT 1 – Jornalismo do XXI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste  realizado de 17 a 19 de junho de 2016.

2 - Doutorando em jornalismo na Universidad Complutense de Madrid

(UCM). Mestre em Comunicação Social

(UNIP), graduado em Jornalismo (UNIP) e em Marketing (UNIP). Atualmente integra os grupos de pesquisa “Mídia, Cultura e Memória” (CNPq) e “Rádio e Mídias Sonoras (IN

TERCOM). E-mail: brunomicheletti@gmail.com

3 - Osvaldo Moles (1913-1967) foi um pioneiro profissional multi-meios, com relevantes contribuições para o rádio, jornalismo, literatura, cinema, publicidade e marketing político. Considerado sucessor de António de Alcântara Machado na literatura paulista e consagrado na PRB-9 Rádio Record de São Paulo a partir dos anos 1940, Osvaldo Moles logo percebe o potencial cômico de Adoniran Barbosa, criando dezenas de programas, personagens e algumas letras de músicas que fazem sucesso na voz do sambista "ítalo-caipira-paulistano".

 

AUTOR:

     Osvaldo Moles (Santos14 de março 1913 — São Paulo13 de maio 1967) foi um jornalista e radialista brasileiro, sucessor de António de Alcântara Machado na literatura paulista; ele e considerado o "pai" de Adoniran Barbosa no rádio, além de trazer importantes contribuições no jornalismo, literatura, cinema, televisão, publicidade e marketing político.

         Filho dos imigrantes italianos Antonio Moles e Emilia Prisco, Osvaldo nasceu em Santos em 1913, mas sua família mudou-se para a capital do estado. Em 1944 casou-se com Anita Ramos em Franca, pioneira crítica do cinema e da "Página Feminina" do Correio Paulistano.

         Sucessor de António de Alcântara Machado na literatura paulista e o "pai" de Adoniran Barbosa no rádio, Osvaldo Moles é um pioneiro profissional multi-meios com relevantes contribuições no jornalismo, literatura, cinema, televisão, publicidade e marketing político. Acompanhar a trajetória de Osvaldo Moles muitas vezes é transpassar a história de diversos meios de comunicação paulistas e contextualizar com acontecimentos políticos para evidenciar como sua obra mostra a chegada do progresso em São Paulo e o consequente cenário que aloca grande número de indivíduos às margens da sociedade: são os moradores das malocas, atuais favelas, retratados fielmente com humor, nos personagens que aparecem em suas crônicas e programas radiofônicos, provocando certa simpatia dos leitores/ouvintes, ao mesmo tempo em que produz uma forte crítica social.

           Osvaldo Moles conheceu os modernistas, começou sua carreira jornalistica no Diário Nacional, periódico ligado ao Partido Democrático. Influenciado pelas viagens etnográficas de Mário de Andrade, percorreu o nordeste e morou em Salvador por algum tempo. De volta à São Paulo, escreve desta vez no Correio Paulistano, periódico ligado ao Partido Republicano Paulista.

          Em 1937 participa da fundação da PRG-2 Rádio Tupi de São Paulo e em 1941, a convite de Octávio Gabus Mendes, passa a trabalhar na PRB-9 Rádio Record, onde conhece Adoniran Barbosa e cria os primeiros personagens para este, que passa a fazer grande sucesso. Na década de 1940, a imprensa paulista concede o apelido de "o milionário criador de programas" para Osvaldo Moles e de "o milionário criador de tipos" para Adoniran Barbosa.

       Entre 1950 e 1955, Osvaldo Moles passa a trabalhar na PRH-9 Rádio Bandeirantes e nesta emissora participa do grupo que introduziu os blocos comerciais no Brasil, modelo utilizado até os dias atuais além de criar programas de conteúdo erudito irradiados com uma linguagem popular como é o caso, entre outros, do "História da Literatura Brasileira", que tinha participação de Oswald de Andrade e Sérgio Milliet ou o "Museu do Ipiranga", com supervisão dos dados históricos feita pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda.

       OSVALDO MOLES É UM ESCRITOR IMPERDÍVEL LEIA-O E AVALIE VOCÊ MESMO A SUA IMPORTÂNCIA. NÃO ESQUEÇA LEIA-O...