Pic nic classe “c”
Oswaldo molles
FICHA TÉCNICA:
TÍTULO: PIC NIC CLASSE “C” CRÔNICAS E FLAGRANTES DE
SÃO PAULO
TÍTULO ORIGINAL: PIC NIC
CLASSE “C”
VOLUME: ÚNICO
AUTOR: OSVALDO MOLLES
TRADUÇÃO: PORTUGUÊS
LITERATURA: LITERATURA BRASILEIRA
GÊNERO: CRÔNICA
EDITORA: BOA LEITURA EDITORA S.A.
EDIÇÃO: 1ª
ANO: 1962
IDIOMA: Português
ESPECIFICAÇÕES: Brochura|346 páginas
ISBN: S/CÓDIGO
INÍCIO DA LEITURA: 1962
TÉRMINO: 1962
SINOPSE:
Por meio das
crônicas produzidas por Osvaldo Moles 3, ressaltamos o caráter híbrido deste gênero
textual, que figura entre o jornalismo e a literatura. O Corpus analisado
consiste no livro Piquenique Classe C (1962), que reúne crônicas do autor
publicadas em jornais da época, e que, para além dos imigrantes italianos,
estão inseridos novos personagens típicos de uma São Paulo que não para de
crescer. Assim, encontramos forte presença do migrante nordestino, do negro e
outros imigrantes como os japoneses, espanhóis etc. Categorizando a crônica
homônima ao livro, foi possível a criação de três metacategorias:
Personagens; Modernização e
Progresso; e Humor, Figuras
de Linguagem e
Sotaque, que demonstram como o
autor privilegia as pessoas comuns. Os tipos são o retrato social de uma época
em que São Paulo não parava de crescer e representam a sociedade paulistana em
formação naquele momento.
Palavras-chave:
Crônica; Jornalismo; Osvaldo
Moles; São Paulo; Cultura Popular.
Introdução
O regime republicano em
detrimento do regime monárquico produz transformações políticas, econômicas,
identitárias e culturais na sociedade brasileira do final do século XIX e
início do século XX. A autonomia dos Estados (na época chamados de Províncias)
é fortalecida pelo governo republicano e a industrialização se desenvolve em
ritmo acelerado.
Algumas cidades,
como São Paulo,
passam por um
plano de urbanização
progressista. Surge a classe operária e, com ela, uma classe média
advinda da pequena burguesia. Soma-se “a
imigração estrangeira e
a incorporação à
nossa sociedade de contingentes populacionais dotados de
comportamento tipicamente urbano e de padrões culturais mais 1 Trabalho
apresentado no DT 1 – Jornalismo do XXI Congresso de Ciências da Comunicação na
Região Sudeste realizado de 17 a 19 de
junho de 2016.
2 - Doutorando
em jornalismo na Universidad Complutense de Madrid
(UCM).
Mestre em Comunicação Social
(UNIP),
graduado em Jornalismo (UNIP) e em Marketing (UNIP). Atualmente integra os
grupos de pesquisa “Mídia, Cultura e Memória” (CNPq) e “Rádio e Mídias Sonoras
(IN
TERCOM).
E-mail: brunomicheletti@gmail.com
3 - Osvaldo
Moles (1913-1967) foi um pioneiro profissional multi-meios, com relevantes
contribuições para o rádio, jornalismo, literatura, cinema, publicidade e
marketing político. Considerado sucessor de António de Alcântara Machado na
literatura paulista e consagrado na PRB-9 Rádio Record de São Paulo a partir
dos anos 1940, Osvaldo Moles logo percebe o potencial cômico de Adoniran Barbosa,
criando dezenas de programas, personagens e algumas letras de músicas que fazem
sucesso na voz do sambista "ítalo-caipira-paulistano".
AUTOR:
Osvaldo Moles (Santos, 14 de março 1913 — São Paulo, 13 de maio 1967) foi um jornalista e
radialista brasileiro,
sucessor de António de Alcântara Machado na
literatura paulista; ele e considerado o "pai" de Adoniran
Barbosa no rádio, além de trazer importantes contribuições no
jornalismo, literatura, cinema, televisão, publicidade e marketing político.
Filho dos imigrantes italianos Antonio Moles e
Emilia Prisco, Osvaldo nasceu em Santos em
1913, mas sua família mudou-se para a capital do
estado. Em 1944 casou-se com Anita Ramos em Franca,
pioneira crítica do cinema e da "Página Feminina" do Correio Paulistano.
Sucessor de António de Alcântara
Machado na literatura paulista e o "pai" de Adoniran Barbosa no
rádio, Osvaldo Moles é um pioneiro profissional multi-meios com relevantes
contribuições no jornalismo, literatura, cinema, televisão, publicidade e marketing
político. Acompanhar a trajetória de Osvaldo Moles muitas vezes é transpassar a
história de diversos meios de comunicação paulistas e contextualizar com
acontecimentos políticos para evidenciar como sua obra mostra a chegada do
progresso em São Paulo e o consequente cenário que aloca grande número de
indivíduos às margens da sociedade: são os moradores das malocas, atuais
favelas, retratados fielmente com humor, nos personagens que aparecem em suas
crônicas e programas radiofônicos, provocando certa simpatia dos
leitores/ouvintes, ao mesmo tempo em que produz uma forte crítica social.
Osvaldo Moles conheceu os
modernistas, começou sua carreira jornalistica no Diário Nacional, periódico
ligado ao Partido Democrático. Influenciado pelas viagens etnográficas de Mário
de Andrade, percorreu o nordeste e morou em Salvador por algum tempo. De volta
à São Paulo, escreve desta vez no Correio Paulistano, periódico ligado ao
Partido Republicano Paulista.
Em 1937 participa da fundação da
PRG-2 Rádio Tupi de São Paulo e em 1941, a convite de Octávio Gabus Mendes,
passa a trabalhar na PRB-9 Rádio Record, onde conhece Adoniran Barbosa e cria
os primeiros personagens para este, que passa a fazer grande sucesso. Na década
de 1940, a imprensa paulista concede o apelido de "o milionário criador de
programas" para Osvaldo Moles e de "o milionário criador de
tipos" para Adoniran Barbosa.
Entre 1950 e 1955, Osvaldo Moles passa a trabalhar na PRH-9 Rádio Bandeirantes e nesta emissora participa do grupo que introduziu os blocos comerciais no Brasil, modelo utilizado até os dias atuais além de criar programas de conteúdo erudito irradiados com uma linguagem popular como é o caso, entre outros, do "História da Literatura Brasileira", que tinha participação de Oswald de Andrade e Sérgio Milliet ou o "Museu do Ipiranga", com supervisão dos dados históricos feita pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda.
OSVALDO MOLES É UM ESCRITOR IMPERDÍVEL LEIA-O E AVALIE VOCÊ MESMO A SUA IMPORTÂNCIA. NÃO ESQUEÇA LEIA-O...
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