quinta-feira, 14 de julho de 2022

EUGÊNIO EVTUCHENKO - AUTOBIOGRAFIA PRECOCE

AUTOBIOGRAFIA PRECOCE

EUGÊNIO EVTUCHENKO
FICHA TÉCNICA
TÍTULO: AUTOBIOGRAFIA PRECOCE
TÍTULO ORIGINAL: AUTOBIOGRAPHIE PRÉCOCE
AUTOR: EUGÊNIO EVTUCHENKO
TRADUTOR: YEDDA BOECHAT MEDEIROS
VOL. ÚNICO
LITERATURA: FRANCESA
GÊNERO: ROMANCE
EDITORA: JOSÉ ÁLVARO
EDIÇÃO: 1ª
ANO: 1966
IDIOMA: Português
ESPECIFICAÇÕES: BROCHURA|172 páginas
ISBN: S/CÓDIGO
INÍCIO DA LEITURA: 07/08/1966
TÉRMINO: 12/08/1966
 
SINOPSE:
 
      O poeta Eugênio Evtuchenko, nascido na Rússia, na verdade, viveu a maior parte de sua vida no cenário histórico de uma União Soviética dominada pelo regime stalinista, donde o poeta tirou sua crença comunista. Foi neste contexto, que Evtuchenko repensou suas conviccções acerca, sobretudo, da figura de Stalin, que teve por grande período da História, um culto de sua personalidade, na então União Soviética. Tal delírio stalinista, não foi nada muito diferente do que ocorrera, concomitantemente, no fascismo italiano de Mussolini, ou no surto psicótico nazista de Hitler na Alemanha.
     No seu livro Autobiografia Precoce, Evtuchenko traça seu perfil de poeta, e isto é feito dentro deste contexto histórico do comunismo soviético. Seus questionamentos são gerados neste embate entre poesia e política, de um poeta político, herdeiro da grande tradição de poetas russos, e de uma das literaturas mais poderosas do mundo, uma Rússia que já havia gerado Pushkin, Pasternak, Maiakovski e, principalmente, o vulto Dostoievski e o messiânico Tosltoi. E é bom lembrar do símbolo idealizado da poesia e do poeta russo, nada parecido em outras nações. O poeta, na nação russa, tem um poder e influências bem mais proeminentes nesta nação de grandes artistas e escritores.

AUTOR:
 
     A autobiografia de Evtuchenko é o retrato de uma nova geração russa de escritores, que surgia naquele contexto de fim da era stalinista, para uma abertura e revisão da experiência soviética com Stalin, para um novo período em que tudo é revisto, e que provoca o embate do poeta Evtuchenko com os velhos dogmáticos da esquerda stalinista.
      Evtuchenko ganha uma nova posição de reflexão sobre o comunismo na era pós-Stalin. Evtuchenko rememora seus passos de poeta, no seu estudo, na sua luta de divulgação de seu trabalho, nos saraus, e nas suas andanças pelo cenário literário e político daquela época.  Enfim, este jovem poeta russo declara seu comunismo, e, ao mesmo tempo, entra num confronto político de questionamento dos rumos da nação. A luta contra os dogmáticos se torna ferrenha, e Evtuchenko, entre poesia e política, ou melhor, numa poesia política e engajada, entra no coração soviético de luta por ideais que estavam em plena efervescência e renovação, após a morte do ditador Stalin.
     Mas, no início de sua autobiografia, Evtuchenko declara que a autobiografia de um poeta são seus poemas, "o poeta tem o dever de se apresentar aos leitores com seus sentimentos, atos e pensamentos de coração aberto", ou ainda, "se entregar, impiedosamente, à sua verdade." E, num ato de ir além de seus poemas, escreve esta obra autobiográfica, o que não contradiz a abertura da própria obra, pois sua vida coadunava com seus poemas, não haveria, portanto, em Evtuchenko, o problema visto em alguns poetas, de uma poesia que não refletiria a vida do poeta.
     Pois então, Evtuchenko, em sua vida de embate poético e politizado, dá a ideia da Rússia soviética do século XX, coloca historicidade profunda no seu relato, e mescla seu percurso e evolução na poesia, entre os conflitos de uma nação. O vulto da literatura russa, num contexto comunista, que é, por si só, um exercício de política prática constante, e na sua referência à tradição de Maiakovski, e o nascimento de uma nova geração, uma geração engajada, reflexo de um povo único, e de escritores e poetas de alta estirpe, faz a descrição, através deste escrito de Evtuchenko, de uma nação que tem na literatura e na política, dois poderes fantásticos. Evtuchenko reúne em seu relato autobiográfico todos estes elementos que formam a ideia e a prática de um povo, de uma nação, numa arte que está imbricada com a práxis política, e uma poesia que é colocada no panteão de uma identidade que faz a Rússia, e que se coloca como um dos símbolos mais fortes desta nação russa.
    Agora um livro autobiográfico de Eugênio Evtuchenko. É um olhar introspectivo de avaliação da sociedade russa. Este livro me fascinou na minha adolescência, veja se ele o impacta também...

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